Uma celebração à diversidade religiosa e cultural do Amapá marcou a abertura oficial do 28º Encontro dos Tambores, com a noite temática ‘Saudações aos Sagrados’, na sexta-feira, 17, no Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá.
O Encontro dos Tambores conta com apoio do Governo do Amapá e traz dez dias de celebração ao Mês da Consciência Negra, com shows, apresentações artísticas, debates sobre igualdade racial, gastronomia e empreendedorismo, com protagonismo para as comunidades negras do Amapá.
Um dos momentos mais marcantes da abertura foi a a performance ‘Deusa dos Orixás, Mãe Oxum’, apresentada pela cantora Mayara Braga e interpretada pela artista Antônia Márcia Santos. O espetáculo ganhou a graça do público, que acompanhou tudo bem de pertinho.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO 28º ENCONTRO DOS TAMBORES
Antônia comenta que a entidade Oxum é conhecida nas religiões de matriz africana como a ‘Senhora das Águas Doces, a grande mãe do amor e da fertilidade’. Sua energia é de uma jovem princesa, cercada de ouro e abundância.
“A doçura e amorosidade é sua marca, seus domínios são as cachoeiras e os rios. Oxum representa a beleza, a juventude, a vaidade e a plenitude do amor. Deixamos essa mensagem”, concluiu Antônia.
A assistente social Maia Salvador, de 50 anos, assistiu a apresentação e ficou encantada com o movimento, os figurinos e, em especial, com a mensagem de respeito à diversidade.
“Fiquei encantada, adorei o espetáculo, eu nunca tinha visto antes a performance dentro desse contexto”, comentou Maia Salvador.
O show da banda carioca Awurê animou o público, com apresentações que trazem influências do candomblé, dos terreiros, do samba de roda e do maracatu.
Diversidade cultural
A roda de capoeira com seus ecos ancestrais, abriu a programação do evento e ganhou a atenção de muitos visitantes, como a professora de História Dinha Maciel, de 52 anos, e o marido, Antônio Soares, de 55 anos, que chegaram cedo para prestigiar a apresentação dos grupos. As rodas de marabaixo, batuque, sairé, zimba, hip hop e reggae também levantaram o público das arquibancadas.
“A capoeira é uma representação cultural afro-brasileira que mistura vários elementos, como luta e dança. Atualmente, é uma prática difundida em todo o país, eu gosto muito de assistir”, mencionou a professora.
A secretária de Cultura do Amapá, Clicia Vieira Di Miceli, enfatizou que a participação do governo do estado reforça a valorização das religiões de matriz africana e celebra a riqueza cultural afro-amapaense.
“O Encontro dos Tambores é uma vitrine da cultura do estado do Amapá, são 28 anos de realização, por isso estamos trazendo todo o investimento pra essa atividade tão importante para o calendário”, concluiu Clicia.