
Na manhã desta quarta-feira (3), o Ministério Público do Estado do Amapá, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e do seu Núcleo de Investigações (NIMP), com apoio do seu Gabinete Militar, deu cumprimento a mais sete mandados de busca e apreensão referentes às investigações dos crimes praticados contra a administração pública no município de Mazagão, na operação “Cartas Marcadas”.
Nesta segunda fase, foram cumpridos 3 mandados em empresas e 4 em residências de investigados, sendo 1 em Mazagão, 2 em Macapá, 2 em Belém e 2 em Marabá. Em Belém, os mandados foram cumpridos pelo GAECO do MP-PA e, em Marabá, pela Polícia Civil do Pará.

Houve a necessidade de postergar os cumprimentos destes mandados em razão de alguns dos investigados estarem em viagem para outro País e, se cumpridos na primeira fase, prejudicaria o recolhimento das provas. Ainda, um investigado que, do início das investigações até a expedição dos mandados, mudou-se de endereço e, assim, foi expedido novo mandado para o seu endereço atual.
Na primeira fase, ocorreu a prisão em flagrante de uma investigada por posse ilegal de arma de fogo e munições. As provas colhidas durante as buscas serão analisadas e poderão subsidiar as futuras ações penais. A Operação ‘Cartas Marcadas’, foi deflagrada nesta terça-feira (2) e deu cumprimento a 82 mandados de busca e apreensão em Mazagão, Macapá e Santana, no Amapá, em Belém e Ananindeua, no Pará, e em Salvador, na Bahia.
A promotora Andreia Guedes, coordenadora do Gaeco no Amapá, por meio de um vídeo, declarou que as investigações correm em segredo de Justiça e que, por isso, não poderia dar mais detalhes dos trabalhos, mas confirmou que a ação investiga crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, praticados entre os anos de 2020 e 2023, na Prefeitura do município de Mazagão, onde segundo os levantamentos investigativos, o esquema criminoso resultou na fraude em cerca de cem processos licitatórios e seus respectivos contratos, cujos serviços a serem prestados movimentariam o montante superior a 150 milhões de reais.

Segundo a análise do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem do Dinheiro do MP-AP, no período de três anos, os investigados movimentaram em suas contas bancárias cerca de 200 milhões de reais.
Durante as buscas, foi encontrado na casa do prefeito da cidade de Mazagão, 14 mil reais em espécie. Outra quantia em dinheiro e blocos de notas promissórias também foram apreendidos, porém, o Ministério Público não informou o local da apreensão.