A GAC Motor, montadora chinesa e uma das maiores fabricantes globais de automóveis e peças, acaba de dar o passo definitivo para sua entrada no mercado brasileiro, para o qual vinha se preparando há vários meses. A empresa, assessorada pelo Demarest Advogados, obteve registro na junta comercial de São Paulo e agora conversa com distribuidores locais e concessionárias.
A GAC vem disputar o mercado consumidor brasileiro com outras duas montadoras chinesas, a BYD e a GWM, que começam a decolar em vendas no País e avançam em projetos de produção local. Inicialmente, a intenção da montadora é exportar automóveis da China para o Brasil. As discussões tributárias que ocorrem por aqui estão na mesa da montadora, que não quer perder, entretanto, a oportunidade de entrar no País.
Empresa avalia produção local
Não é descartada a produção local. Representantes da GAC participaram de uma reunião do governador do Amapá, Clécio Luís, com empresários de montadoras chinesas para discutir a instalação de uma fábrica de automóveis no Estado.
Na ocasião, o executivo Alex Zhou, da GAC, mencionou o interesse no Brasil por ser um mercado grande e diversificado. A escolha pelo Amapá, na Amazônia Legal, teria ainda um apelo ambiental, alinhado à agenda global de transição climática. No entanto, não está claro se a companhia chinesa entrará na disputa do mercado de carros eletrificados como primeiro foco, uma vez que seu estoque de automóveis a combustão ainda é relevante.
Indústria avança pelo mundo
De qualquer forma, a GAC tem investido grandes esforços na China para a produção de automóveis elétricos, a uma velocidade superior a de seus concorrentes.
Presente em 39 países, a empresa tem uma estratégia definida de internacionalização e já está no mercado latino-americano, especificamente no chileno e no mexicano. De acordo com o site da empresa, atingiu um recorde de produção e vendas no ano passado, alcançando 2,5 milhões de unidades.
A invasão de marcas chinesas no Brasil acontece em paralelo à queda da demanda na Europa, onde uma investigação dos subsídios de Pequim à produção de carros elétricos pode resultar na imposição de tarifas contra os automóveis chineses. A China tem buscado novos mercados para direcionar o seu excesso de produção, distribuída ao resto do mundo a preços extremamente competitivos.
Fonte: Broadcast+