Após decisão do juiz federal Jucelio Fleury Neto, cerca de 1400 famílias amapaenses vivem o drama e o medo de serem despejadas dentro dos próximos 30 dias da área de denominada Parque Aeroportuário, na zona norte de Macapá.
Outras 600 famílias, que vivem às margens da Rodovia Norte-Sul e em área próxima do Residencial Miracema também serão atingidas pelo processo de reintegração da área que pertence à União Federal (Infraero) e que corre na Justiça Federal desde 2008.
As famílias vivem dias de desespero e incertezas. Segundo o líder comunitário Natanael do Anjos, a grande maioria das pessoas que ali residem é muito carente e não tem para onde ir “São centenas de famílias carentes. Com crianças, idosos, pessoas doentes. Nós só queremos o direito a nossa moradia. Muitas pessoas nem estão dormindo, apreensivas com a possibilidade de sair do local”.
Uma manifestação está prevista para ocorrer nesta terça-feira (26) na frente do Palácio do Setentrião: “Há um decisão do Ministro Barroso na ADPF 828 que está sendo desrepeitada. Ele garante nosso direito de moradia. O governo do Estado precisa abrir diálogo com os moradores e encontrar uma saída para essas famílias”.
Em 2022 uma vistoria da Justiça Federal constatou o caráter consolidado das ocupações do Parque Aeroportuário. ” Aqui tá tudo organizado. Lotes padronizados, ruas alinhadas com o bairro Infraeo 2, espaço para áreas e equipamentos publicos, escolas e tudo mais” afirma Natanael.
A SPU (Superitência do Patrimônio da União) afirma que há uma solicitação e um entendimento, protocolado em 2014, para o repasse da área para o Governo do Amapá, que pretende construir na área novos conjuntos habitacionais e um Centro de Convenções.