Os familiares do bancário Luiz Paula Miranda, de 39 anos de idade, morto no último dia 10 no interior do Pará, procuraram a Polícia Civil (PC) do estado do Amapá para pedir ajuda na localização da principal acusada do crime. Para eles, Ellen Caroline de Oliveira Paixão, de 33 anos, pode estar escondida em alguma cidade amapaense.
O irmão da vítima, Raimundo Miranda, esteve com a mãe e outros parentes na Delegacia de Polícia da Capital (DPC), onde solicitaram apoio ao delegado titular da unidade, Ronaldo Coelho. Ele contou como era o relacionamento do casal, conforme as declarações de Luiz, e os planos que ele tinha de constituir família com a suspeita.
“Eles conviveram por oitos anos, romperam e ficaram separadas por três. Fazia pouco mais de um mês que eles haviam reatado. O sonho dele era ser pai. Então, ele comunicou à família que tinha voltado e que iria constituir uma família com ela, ter uma vida digna, agiu sempre com boa fé”, relatou Raimundo.
Para a família, o assassinato do bancário foi premeditado e está ligado a ambição. Ellen teria matado Luiz para ficar com valores e bens patrimoniais que ele possuía.
“Acreditamos que ela já saiu de Macapá com esse propósito, com a finalidade de ceifar a vida do meu irmão. A sustentação disso está no fato dela, semanas antes, começar a vender pelas redes sociais, alguns objetos dele. Ela sabia também, que Luiz tinha recebido uma quantia na participação dos lucros da empresa onde trabalhávamos. Valor esse que foi, imediatamente, bloqueado após encontrarem o corpo dele”, revelou o irmão da vítima.
Perguntado se achava que a acusada teria tido ajuda de alguém para a execução do hediondo, Raimundo disse que não acredita nessa hipótese, uma vez que o apartamento, na vila de kitnet onde os dois moravam, não apresentava sinais de arrombamento, nem de alguma luta corporal.
“Não havia sinal de bagunça, então não tem como alegar que houve uma briga entre eles. Os vizinhos não escutaram nenhum barulho, nenhuma discussão. Tudo indica que ela tenha envenenado o meu irmão, para depois golpeá-lo trinta e sete vezes, pois foi encontrado soda cáustica em um frasco de iogurte no local”, disse.
Segundo os parentes, dias antes de ter sido morto, Luiz Miranda procurou atendimento em uma Unidade Básica de Saúde da cidade, se queixando de dores estomacais. O fato ocorreu no mesmo dia em que Ellen teria comprado o produto e um chip com um número de telefone novo, em um mercado próximo de onde residiam. Por isso, a família acredita que o mesmo ingeriu, sem saber, a substância tóxica.
“Ela também chegou a procurar passagens áreas, em uma agência de viagens, para outros estados. Tudo é muito próximo da data que a gente recebeu o dinheiro da participação do induto. Nos chamou a atenção, também, e nos causou estranheza, o fato dela ter ido a uma delegacia, depois do crime, registrar um boletim de ocorrências alegando que havia sido agredida, mas não entrou em detalhes. Só disse que agiu em legítima defesa. Porém, ela saiu da cidade por volta de 2h da manhã, viajou cerca de sete horas de lancha até chegar em Belém, onde fez o registro, e omitiu que desferiu trinta e sete facadas no meu irmão, porque até então, ninguém sabia que ele estava morto”, questionou Raimundo.
O titular da DPC disse que a PC do Amapá não irá medir esforços para capturar a acusado do homicídio, caso ela esteja escondida nos estado.
“Trata-se de um crime brutal, envolto a muitos mistérios e que desafia até a lógica policial. Matou o companheiro, pegou um barco, comunicou um fato, ainda que em tese, pela metade, e depois desapareceu. Por ela ser natural daqui, surgiu a informação que ela estaria no estado, a polícia paraense fez contato, essa investigação é deles, mas nós estamos com o mandado de prisão em mãos, estamos empenhados e vamos fazer de tudo para ajudar a dar uma resposta à família, à sociedade. É importante lembrar, que a população pode cooperar com informações sobre o paradeiro dela, por meio do disque denúncia que é o (96) 9202-6003”, finalizou o delegado.
O CASO
Luiz Miranda era funcionário do Banpará e foi assassinado em Santa Cruz do Arari, no Arquipélago do Marajó. Ambos eram naturais do Amapá.
A investigação descobriu que por volta da meia noite, Ellen chamou um carro de frete para levá-la da kitnet até o porto para embarcar. O corpo de Luiz Miranda foi encontrado por funcionários do Banco que sentiram falta do colega no trabalho.
Ellen Paixão teve o mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça do Pará e está foragida.