De dentro da cadeia, detentos aplicavam golpe de venda de imóveis em Macapá

Criminosos faziam anúncios em aplicativos de compra e venda

A Polícia Civil (PC), por meio da 8° delegacia, situada no Ciosp do Macapaba, na zona norte de Macapá, indiciou três pessoas por estelionato e extorsão. Os investigados são todos detentos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).

O delegado Leonardo Leite, titular da 8° DP, explicou que os indiciados são acusados de aplicar golpes da falsa venda de imóveis.

“Eles faziam o que a gente chama de anúncio duplicado. Pegavam o anúncio de uma plataforma de compra e venda e ofereciam a um valor bem menor. Por exemplo, no caso em questão, eles pegaram o anúncio da venda de uma casa que era de r$ 65 mil e divulgaram a r$ 29.900. A vítima se interessou e acabou entrando em contato com o suposto vendedor, fizeram toda a transação por meio de um aplicativo de mensagens e ficou acertado que ela daria uma entrada de r$ 10 mil, cujo pagamento foi realizado em duas transferências via pix, no valor de r$ 5 mil cada”, detalhou a autoridade policial.

O fato aconteceu em junho do ano passado. A época, a titular da conta bancária para onde o valor foi transferido, Jéssica Lobato de Brito, de 30 anos, estava em liberdade. A polícia descobriu que a mesma possuía vários Boletins de Ocorrência (BO) em seu desfavor, pela prática dos crimes de extorsão e estelionato.

“Quando ela foi interrogada, ela já estava presa preventivamente por essas práticas. A mesma negou a autoria e disse que era seu companheiro, um dos indiciados também, que pediu a conta dela para receber determinada quantia. Segunda ela, ele não informava de onde vinham esses valores. Em seguida, nós o interrogamos e, num primeiro momento, ele negou, mas depois acabou revelando que foi ele quem cometeu os crimes, juntamente com seu ex companheiro de cela”, disse Leite.

No depoimento, o companheiro de Jéssica, Lionel Gomes de Souza, de 34 anos, também acabou assumindo que praticava o conhecido “golpe da novinha”, onde o golpista cria perfis falsos e entra em contato com as pretenças vítimas. Após ganhar a confiança das mesma, até conseguir arrancar delas, fotos íntimas. A partir daí, o criminoso começa a extorquir-las, pedido dinheiro para não divulgar os nudez.

“São justamente por esses delitos, que a indiciada, que é companheira de um dos investigados, está presa. Era pra conta dela que os valores eram depositados”, finalizou o delegado.

Segundo a polícia, do valor adquirido ilicitamente (os r$ 10 mil), o Leonel afirmou que usou parte para comprar um celular dentro do Iapen e o restante deixou com o comparsa, identificado como Gabriel Costa da Silva, de 23 anos.

Leonel, de acordo com a PC, se encontra é condenado por furto qualificado e estelionato e tem passagem por roubo com emprego de arma de fogo. Ele responde também por crimes previstos na Lei Maria da Penha.

Gabriel possui duas condenações por porte ilegal de arma de fogo de uso permitido e tráfico de entorpecentes. Contra ele há ainda uma condenação no tribunal do júri por homicídio.

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