A justiça condenou a dez anos, dois meses e 15 dias de reclusão, inicialmente, em regime fechado, o delegado da Polícia Civil, Sidney Leite Henriques, preso durante a Operação Queda da Bastilha, em setembro de 2022.
A sentença também determina que Leite tenha a suspensão do exercício da função de delegado a interdição para o exercício de função ou cargo público por um prazo de oito anos, além do pagamento de 360 dias-multa, no valor de 1/2 salário-mínimo vigente à época dos fatos.
Sidney Leite era titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) e foi acusado de envolvimento em um esquema criminoso que funcionava dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).
As investigações da época apontaram a participação de dois policiais penais e de uma advogada com uma organização criminosa que atua no Amapá.
Leite estaria incluso no esquema para fraudar a concessão da prisão domiciliar de Ryan Michele, o “Tio Chico”, um dos fundadores e principal líder da facção FTA e que atualmente cumpre pena na cadeia de segurança máxima, em Mossoró, no Rio Grande Norte. O delegado chegou a oferecer carro blindado e apartamento para o criminoso quando ele deixasse presídio.
A operação Queda da Bastilha resultou no cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e escritórios de advocacia, seis na penitenciária, oito mandados de prisão preventiva e um de prisão domiciliar. Houve ainda, o bloqueio de valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras de 21 investigados.
Sidney Leite deverá recorrer da decisão em liberdade. A defesa alega que o criminoso era, na verdade, informante da Polícia Civil.