O Instituto de Gestão em Desenvolvimento Social e Urbano (Inorte) que assinou Termo de Fomento junto à Secretaria Estadual de Turismo (SETUR) no valor de R$ 3,6 milhões para organizar o Réveillon Beira Rio 2024, agiu de forma negligente diante das manifestações e recomendações do Ministério Público Federal (MPF) sobre a preservação e conservação do espaço tombado como patrimônio histórico na realização de eventos de final de ano.
Antes da realização dos eventos, o Iphan emitiu nota autorizando a realização dos mesmos: “O evento Réveillon da Beira Rio 2024, iniciativa do Governo do Estado do Amapá, terá sua realização no anfiteatro da Fortaleza de São José de Macapá. Ela foi autorizada pelo Iphan após envio, dentro do prazo estabelecido, das documentações exigidas, obedecendo aos critérios de preservação e segurança estabelecidos pelo órgão e em diálogo com o Ministério Público Federal (MPF).
O Ministério Público Federal havia recomendado a mudança do local de realização do Réveillon. Como houve a manifestação por parte do GEA em manter os eventos no Anfiteatro, o MPF solicitou ao GEA e ao Iphan a apresentação de um levantamento prévio e posterior da estrutura física, incluindo vistoria técnica e relatório analítico, com registros fotográficos, quantificando os impactos causados ao patrimônio histórico.
Nas redes sociais circulam diversas imagens de pessoas urinando nos muros da Fortaleza de São José, local que deveria estar inacessível durante os eventos. “Houve uma terrível falha da organização que permitiu o acesso dessas pessoas ao forte” declarou Luiz Guedes, membro da UniEventos, entidade que representa o setor.
Houve ainda diversas reclamações sobre a pouca quantidade de banheiros e da qualidade do som. No plano de trabalho, constante no Termo de Fomento, estava prevista a quantidade de 120 banheiros qúimicos em cada dia de evento. Segundo especialista na área de eventos essa quantidade era insuficiente para o estimado de cerca de 100 mil pessoas. A reportagem do SDB News esteve na área do evento e conseguiu constatar apenas cerca de 30 banheiros químicos instalados nas próximidades da área da Fortaleza.
Em um grupo de Whatssapp formado por produtores de eventos, o Presidente do Inorte, Irandir Balieiro, ironizou a situação do uso inaquedado do espaço da Fortaleza de São José e declarou: “queriam que a [equipe de segurança do Inorte] tomassem conta da p**a dos caras que tavam mijando no muro da Fortaleza, ai ta f**a” (SIC).